Aqui tem PERA desde o tempo da COLONIA !

É tempo de PERA!

Pyrus sp  ©Memórias da Vila/fotos:Domitila Bercht e Farkas/acervo família Frech

É possível reconhecer de longe uma pereira!
Esta árvore que pode crescer até doze metros de altura gosta de clima frio e úmido.
Perde suas folhas sazonalmente.
As flores brancas e delicadas são produzidas na primavera
Quando chega o final do verão seus galhos que parecem querer 
alcançar o céu arqueiam carregados da fruta.
Conhecida por aqui como pera dura, tem formas variadas e sempre bonitas, a casca rústica as vezes mais manchada e sua polpa bem firme.
É boa para compotas, veja abaixo algumas dicas.

©Memórias da Vila/ fotos: álbum Farkas/acervo família Frech

Aqui na montanha a pera está entre as frutas que foram plantadas
 por colonos europeus. 
Por ocasião da formação do Núcleo Colonial Visconde de Mauá (1908 - 1916)
o governo brasileiro trouxe para o Brasil colonos agricultores para o trabalho no cultivo das terras deste núcleo localizado no alto Vale do Rio Preto.
Aqui chegaram muitas famílias de imigrantes -
suíços, alemães, portugueses, poloneses, russos, espanhóis.

©Memórias da Vila/ foto acervo família Frech

Na foto a propriedade da família Frech localizada na vila de Visconde de Mauá 
e seu bonito pomar com destaque para as pereiras no terreno atrás da casa até a beira do rio Preto.
A família Frech chegou em 1913. A casa na foto, a Pensão Mauá foi construída em 1929.
...

"Nos Frech, seu Karl e dona Regina tinha muita fruta. 
Laranjeiras, pera, pé de cidra, goiaba. Pêssego tinha também!
A pera dava muito, mas eles não davam, eles faziam doce. Tinham a pensão né?!
Ela fazia aquela geleia pra eles comer no pão, bolo... e no dia de ir embora eles compravam as latinhas Naquele tempo não tinha tupperware... as latinhas, assim, e eles levavam com doce.
Ela com as filhas fazia, tinha a Ana, tinha a Ema, tinha a Helena, Margarida e a tia Frida."
(depoimento - Maria Diniz da Silva, janeiro de 2011)

 
                                                              ©FOTOS: acervos Memórias da Vila e família Bühler 

"Nos Bühler o quintal deles era cheinho de fruta. Faziam doce. Arranjava gente de fora pra ajudar, fazia aquela doçaiada, sobremesa pro hotel, geleia... 
Faziam pra despesa e o que sobrava eles vendiam pros hóspedes, faziam muito."
(depoimento - Maria Diniz da Silva, janeiro de 2011)


©Memórias da Vila/ fotos acervo família Bühler e Memórias da Vila

"Eu sonhava com isso aqui... 
Morei em Resende a vida toda no mesmo bairro.
Desde menino eu via os tropeiros, ficava perto deles... 
me chamavam pra comer e eu ficava sem graça...  
O rancho dos tropeiros era no bairro comercial de Resende 
onde é o Campos Elíseos
 ali onde tem a padaria Panipão. Era tudo mato ali.
Os tropeiros chegavam de Mauá carregados,
 traziam muita fruta! Muito pêssego e pera. Traziam milho, feijão...
Tinha várias tropas por aqui!... Eram muitas!"
(depoimento - José Alberto Armondi, novembro de 2021) 

...
"Boa memória. Trago muitas lembranças destas peras "duras" também.
Eram vendidas na estrada, assim como o pinhão,
 e eram ótimas para compotas. Ainda tenho um pé delas aqui no terreno".
(depoimento - Marcelo Paes @ jardinsdopassaredo. 11 fevereiro de 2022)

©Domitila Bercht
ENCONTRAMOS NA IMPRENSA

Rio de Janeiro - Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 1911
 O Sr. Dr. Pedro Toledo, ministro da Agricultura,  não pretende extinguir, conforme foi noticiado, os nucleos coloniaes Mauá e Itatiaya.
Sómente o nucleo Mauá vai ser transformado em um nucleo de pomicultura em grande escala.
O estudo dos terrenos foi feito já e, devido à amenidade do clima e uberdade do sólo, é de se esperar excellente resultado da transformação por que vai passar aquelle nucleo.

FONTE:
Gazeta de Notícias.Rio de Janeiro, quinta -feira, 23 Fevereiro de 1911. Ano 1911/Edição 00054(1)
BN Digital - Hemeroteca

©Memórias da Vila/ acervo família Bühler

©Domitila Bercht

COMPOTA DE PERA "DURA"

🍐Falando em doces, para compotas de pera "dura" ficam aqui algumas dicas
Descasque a fruta, corte ao meio e retire as sementes e o miolo.
Fatie em gomos uniformes e não muito grossos assim vai cozinhar por igual. 
Coloque numa panela água e açúcar ou, mel a seu gosto e uma canela em pau.
Misture. Coloque as peras em pedaços. 
Deixe cozinhar até que com um garfo seja possível espetar com facilidade, 
mas não deixe amolecer demais.
Um dos segredos da boa compota de pera "dura" é a consistência da fruta.
A canela deve ser utilizada com moderação para que não se destaque sobre o sabor da pera.
O sabor é delicado e sua aparência rosada depois de cozida dá um toque especial.
Guardar na geladeira.

Sirva em tigelinhas individuais com um fio de creme de leite natural ou 
um pouco de sorvete de creme.

🍐🍐

Para conserva o segredo está na medida do açúcar e o ponto de calda antes de colocar a fruta para cozinhar. O armazenamento pode ser feito por meses mas é preciso saber acondicionar em vidros previamente esterilizados e conhecer sobre como embalar.
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Comentários

  1. ESSE LUGAR É MAGNIFICO !
    TD MTO PERFEITO!
    AMO MTO!

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  2. Adorei os depoimentos e as fotografias antigas. Parabéns pelo registro, Domitila!

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